Rosier Alexandre está incomunicável na base do Everest.
O cearense
Rosier Alexandre e o filho
Davi Saraiva, que estão no
Nepal para realizar a subida ao topo do
Monte Everest, aguardam a avaliação do Ministério do Turismo local para saber se poderão ou não dar continuidade à escalada até o topo da montanha mais alta da Terra, de acordo com a mulher do montanhista,
Danúbia Saraiva. Após o segundo tremor e uma forte nevasca neste domingo, a família está sem contato com Rosier e o filho, na base do Everest.
"Eles aguardam o sobrevooo de um helicóptero que vai observar o local e avaliar se os sherpas têm condições de reconstruir a trilha para dar continuidade à subida. Se não for possível, eles terão que retornar ao vilarejo", diz Danúbia Saraiva, que recebeu informações da empresa contratada por um grupo de alpinistas.
O sobrevoo estava programado para ocorrer na noite deste sábado (manhã de domingo, 26, no Nepal), mas foi suspenso devido a uma forte nevasca. Segundo informações de autoridades à família de Rosier, a nevasca também impede a comunicação com os alpinistas por telefone via satélite.
“O único contato que tivemos foi com a empresa americana contratada pelos alpinistas. Nos informaram que eles estão no acampamento 2, na base do Everest, e deverão permanecer lá nas próximas horas", diz Danúbia.
Neste domingo (26), um forte terremoto atingiu a Índia e Nepal balançando edifícios em Nova Delhi e provocando uma avalanche no Himalaia, de acordo com a agência Reuters.
Ainda de acordo com Danúbia, o filho de Rosier foi levado até um vilarejo próximo ao Everest, região que está energia e sinal de telefonia. “Um acampamento foi destruído com a avalanche, conseguiram levar os feridos até o vilarejo Gorak shep, onde eles recebem atendimento, mas segundo a empresa responsável eles estão sem telefone, sem energia e sem contato”, diz.
Na manhã de sábado (25), Danúbia recebeu uma ligação de Rosier por telefone via satélite. "Ele falou muito rapidamente, disse que está bem, mas não sabe como está a via de escalada", relata a mulher.
Rosier embarcou em 30 de março deste ano para retornar ao Monte Everest, cerca de um ano depois de presenciar uma avalanche que vitimou 16 pessoas em abril de 2014. “Em nenhum segundo, eu pensei em desistir. Naquele momento, diante daquela tragédia que tivemos que desistir da expedição, já marquei uma data que eu voltaria no ano seguinte”, disse Rosier, antes de viajar. Em 2014, a missão de escalar o ponto mais alto do planeta foi interrompida após uma avalanche.
A chegada ao topo do Monte Everest é a sétima e última etapa do projeto Sete Cumes, em que o montanhista escala as montanhas mais altas de cada continente, onde a Antártida entra na lista e a América se divide em América do Norte e América do Sul.
Rosier já chegou ao topo de seis: Aconcágua (6.962m), Kilimanjaro (5881m), El Brus (5.642m), Vinson (4.892m), McKinley (6.198m) e Carstensz (4.884m).
A poucos dias de embarcar para o Nepal, o montanhista mostrou o que levaria na mochila: mais de 200 itens de equipamentos individuais, entre roupas, botas, piquetas e bastões, estavam espalhados prontos para serem colocados nas duas malas que devem seguir com Rosier até o campo base dos montanhistas.
Rosier foi o primeiro alpinista do Norte/Nordeste brasileiro a escalar o Aconcágua.