segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Deputados Votam Mudanças no Desarmamento; confira principais polêmicas

 
Texto avançou após Eduardo Cunha criar comissão especial sobre o tema



Em quatro dias, deputados podem decidir se mudam ou não as regras previstas no atual Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826). Criado há 12 anos, o estatuto, no período de 2003 a 2014, resultou na retirada de circulação de mais de 130 mil armas no país. A proposta, na época, era adotar uma medida para reduzir o número de homicídios. Hoje, muitos parlamentares questionam a eficácia da lei.

Em 2012, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) foi o autor de uma proposta (PL 3.722/12) que revogava o estatuto. O texto avançou este ano, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criou comissão especial para analisar o tema. Na última semana, o relator do PL, deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG), apresentou substitutivo ao que foi proposto por Peninha.

Idade mínima
Carvalho recuou em muitos pontos, retomando previsões do estatuto, como a quantidade de munições permitidas por ano e mantendo requisitos criados para o comércio de armas de fogo, munições e acessórios. Por outro lado, fez alterações polêmicas, reduzindo, por exemplo, a idade mínima exigida para a aquisição de armas, de 25 para 21 anos.

“Como o Congresso pode aprovar a redução da maioridade e uma pessoa com 21 anos continuar sem poder comprar uma arma? Isso é uma incoerência”, afirmou. São pontos como esse que prometem esquentar a sessão de votação, marcada para o próximo dia 17. 



O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que foi contrário à redução da maioridade penal, segue a mesma linha em relação à mudança do limite para o acesso a armas. O parlamentar cita outros pontos do texto que, segundo ele, devem ser integralmente rejeitados, como a ampliação do direito ao porte para outras categorias, além das previstas pelo estatuto. 

“Ele [o relator] permite o porte de arma para uma série de categorias, entre as quais a dos taxistas. É risco maior para os próprios taxistas, seja porque no trânsito normalmente há conflitos, seja porque serão vistos como alvos fáceis de ladrões que queiram roubar armas. É uma irresponsabilidade”, disse Molon.



Para ele, a proposta “é preocupante” porque cria condições para que um número maior de pessoas tenha acesso a arma, “aumentando o risco para a sociedade”. Da mesma opinião, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que a flexibilização do estatuto “é uma forma de dizer que queremos uma guerra na sociedade civil”. 

Registro e porte

Alvo também de críticas, o ponto do substitutivo que trata do registro e porte de armas traz uma mudança significativa em relação às normas atuais. Enquanto o estatuto define que a validade dessas certidões é três anos, sendo exigida a repetição de exames para que sejam renovadas, Carvalho estabelece, em seu texto, que o registro será feito apenas uma vez. 



Munições e armas

Em relação ao texto original apresentado para revogar o Estatuto do Desarmamento, Carvalho recuou na alteração do número de armas permitidas. Enquanto o autor do PL sugeriu que a quantidade passasse para dez por cidadão, o relator considerou que seis armas de fogo, como previsto na lei vigente, são suficientes. Nessa relação é possível ter duas armas curtas de porte, duas armas longas de alma raiada e duas armas longas de alma lisa.


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Câmara Aprova Aumento de imposto para instituições financeiras

 


BRASÍLIA — A Câmara aprovou nesta quinta-feira a Medida Provisória 675/15, que eleva de 15% para 20% a alíquota da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras. A medida atinge bancos, seguradoras e administradoras de cartões de crédito. O texto agora segue para o Senado. 


O texto da MP prevê quatro meses para que as novas regras sobre a CSLL entre em vigor. Como a MP foi editada em maio, as regras entram em vigor no dia 10 de setembro. 

Para viabilizar a aprovação da proposta, que integra o pacote de ajuste fiscal, a relatora da MP na comissão especial, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), teve que fazer alterações na proposta original do governo.

Ela teve que restringir o aumento de imposto a um prazo três anos. Assim, a vigência da nova alíquota de 20% da CSLL será de 10 de setembro e 31 de dezembro de 2018. Após o fim do prazo, a alíquota voltará à atual, de 15%. Para cooperativas de crédito, o aumento começa a valer a partir de de outubro deste ano, com a mesma data final. No texto original, o governo apenas aumentava dos atuais 15% para 20%, sem prazo. 


Além disso, Gleisi fixou em 17% a alíquota para as cooperativas de crédito. Na proposta original, não havia diferenciação para o setor.


Na justificativa da MP, o governo estima o aumento de arrecadação com a CSLL em R$ 900 milhões em 2015; R$ 3 bilhões em 2016; e R$ 4 bilhões em 2017.