Bancários em greve fizeram protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, nesta sexta (14), onde a presidente Dilma Rousseff participava de evento.
Os sindicatos dos bancários em todo o país devem realizar
assembleias nesta segunda-feira (
17), para votar pela
aprovação ou
não do acordo que pode
encerrar a greve da categoria, que teve início em
27 de setembro.
A proposta a ser votada foi fechada na última sexta pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e pelos representantes do Comando Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Segundo Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, os sindicatos foram orientados a aceitar a proposta. Se o acordo for aprovado pela maioria dos cerca de
140 sindicatos da categoria, os bancários
retornam ao trabalho na terça-feira (
18).
Em Curitiba,
o sindicato dos bancários já aprovou a proposta no domingo, e as agências devem reabrir nesta segunda-feira.
A
Fenaban apresentou proposta de
9% de reajuste sobre salários, retroativos a
1º de setembro, e
12% de reajuste no piso da categoria, que passa de
R$ 1.250 para
R$ 1.400 para a função de
escriturário.
Também houve avanço na discussão sobre a Participação nos Lucros e Resultados (
PLR). A partir de agora, cada trabalhador poderá receber até
2,2 salários mais
R$ 2.800 por ano (contra
2,2 salários mais
R$ 2.400).
"Para a gente é um resultado positivo porque o grande debate, o principal entrave, era em relação ao reajuste. Agora teremos
1,5% de aumento real", disse
Cordeiro. A proposta anterior da
Fenaban era de aumento de
8%, o que resultaria num ganho real de
0,56%.
Em relação ao piso da categoria, o aumento real foi de
4,3%, segundo o presidente da
Contraf. Será o
oitavo ano consecutivo que os trabalhadores do setor terão aumento real.
"Este foi um processo de negociação bastante longo, mas que finalmente levou a um acordo entre as partes, construído na mesa de negociação", disse, em nota, o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban,
Magnus Apostólico.
Os dias de paralisação
não serão descontados e serão compensados até o dia
15 de dezembro, segundo a
Contraf. Como em anos anteriores, eventual saldo após esse período será
anistiado.
De acordo com a
Fenaban, o auxílio-refeição será de
R$ 19,78 e a cesta-alimentação passa para
R$ 339,08 por
mês, além de
13ª cesta no mesmo valor. O auxílio creche mensal será de
R$ 284,85 por filho até
6 anos.
Histórico
Os bancários entraram em greve no dia
27 de setembro, por tempo indeterminado, após a quinta rodada de negociações com a
Fenaban, ocorrida no dia
23. A proposta patronal contemplava reajuste de
8% sobre os salários, o que representava aumento real de
0,56%, segundo a
Contraf. A reivindicação inicial da categoria era de
12,8% de reajuste, sendo
5% de aumento real.
Na quinta-feira,
9.254 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados
ficaram fechados em todo o país, segundo balanço da
Contraf. O número equivale a
46,1% dos
20.073 estabelecimentos do país.
Fonte: G1.